quinta-feira, 24 de março de 2011

Punk que é punk morre punk?

O punk é um movimento musical e social que surgiu na década de 70 na Inglaterra* e se espalhou pelo mundo. No Brasil, o movimento começou em São Paulo e logo se propagou pelo resto do país. Mas o que é punk? Cada pessoa que entenda do assunto vai julgar o punk de uma forma. Pra quem viveu nessa época, o punk vai significar uma parte de suas vidas. Pra mim, que estudo e analiso o punk de fora, apenas ouvindo o que os punks daquela época fizeram, entendo que o movimento surgiu como uma escapatória para os jovens desempregados, sem esperança de futuro e cansados do mesmo discurso do mundo. Faziam música com 3 acordes, muito grito e letras com cunho político. Buscavam através da música um jeito de falarem do seu cotidiano e da miséria do povo. Rebeldia, quebradeira, roupas rasgadas e muita música. Isso é punk.
Mas, afinal, quem é punk morre punk? Quem se diz punk, envelhece e deixa de ser, significa que nunca foi? A pouco tempo atrás eu achava que se uma pessoa era punk ela deveria permanecer assim até o final de sua vida. Se ela deixasse de ser, então ela nunca foi. Mas, porém, contudo, todavia, mudei de pensamento. O punk é uma fase na vida de algumas pessoas. Uma fase que passa. É claro que existem exceções, mas na grande maioria das vezes, é possível ver que os punks dos anos 70, 80, 90 se tornaram cidadãos comuns. Afirmo isso baseada no documentário Botinada, que consiste em relatos de ex-punks e integrantes de importantes bandas da cena punk. A grande maioria deles fez carreira em diferentes áreas, alguns "se deram bem", outros fazem bicos pra sobreviver. O que se pode concluir é que o punk marcou e ainda marca a vida de diversas pessoas e não se pode afirmar que uma pessoa não era punk de verdade só pelo fato de ter deixado o movimento. O punk nos faz pensar e evoluímos fazendo isso. Se já atingimos um ponto X na nossa evolução, é hora de partir pra outra.

* Origem ainda muito discutida.

terça-feira, 22 de março de 2011

Cidade


Andando pelas ruas pode-se notar que as pessoas não sorriem, não demonstram sequer prazer em viver ou satisfação pela vida que levam. Estão sempre com pressa, correndo, sérias. Os carros sempre estão com os vidros fechados, mesmo com um calor infernal. Pra que isso? Medo de ver o mundo? De sair de seus casulos e enxergar um pouquinho mais além?
As casas tem os muros altíssimos e não tem grades, janelas, fendas ou aberturas. Tudo isso é medo de ser assaltado. Mas qual a graça de possuir e não aproveitar? Qual a graça de ter vida e não vivê-la? Ninguém está contente com a sua própria vida. Sempre querem mais... mais dinheiro, mais conforto, mais espaço, mais fama, luxo... E os sentimentos, onde ficam? Guardados no bolso, junto com as moedinhas de 10 centavos. A convivência com outras pessoas só acontece quando uma delas quer algo em troca. Ninguém mais pensa. O pior é que eu não sei se as pessoas sempre foram assim, ou se isso é algo novo na humanidade.
Liberdade. Andar descalço. Cantar alto na rua. Acenar pra uma pessoa que não conhece. Sorrir. Sem muros altos. Mais árvores. Menos carros. É o que todos nós queremos lá no fundo. Fazê-lo? Não... o comodismo já tomou conta.

A necessidade de ser necessidade pra alguém

Ele é minha vida. A vida dele é minha vida. Logo, entende-se que ele possui uma, mas eu não. Acordo imaginando como ele acordaria, ando pensando em como ele andaria, falo tentando descobrir como ele falaria. Ele possui uma vida cheia de pessoas interessantes, amigos divertidos e que sabem tudo sobre ele. Eu não possuo nada. Na verdade, eu possuo apenas a ilusão de que o possuo. Ele é fundamental e extremamente necessário no meu dia-a-dia. Mas, pra ele, eu não sou necessidade, mas sim um simples complemento. Sem a minha presença a vida dele continuaria a mesma, a rotina seria igual. Sem ele eu não viveria, apenas sobreviveria e suportaria cada suspiro que ainda surgiria em mim. Cada amigo executa uma ação que eu deveria executar. Sentir minha falta? Nem pensar. Não há necessidade. E eu mergulho em pensamentos sombrios. Ele não deveria possuir vida. Eu deveria ser a vida dele. Destino injusto... me presenteou com o meu oposto. Meu único desejo é trancá-lo em um mundo paralelo, em que haja apenas minhas lágrimas e eu. Egoísmo? Não. Apenas busco minha infelicidade nos lugares mais improváveis e faço da felicidade alheia a arma que atira em meu peito. Masoquismo? Muito provável. Minha alma sofrida é um troféu. Louca? Talvez eu seja mesmo... mas tudo isso faz sentido pra mim e um dia fará pra você também.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Família

Durante a nossa vida inteira dezenas de pessoas aparecem nela. A transformam, mudam quem você é, positiva ou negativamente, fazem você descobrir novos mundos, novas ideias, escutam os seus problemas e conhecem seus sentimentos e pensamentos. Mas, depois de um determinado período, prolongado ou não, elas vão embora. Deixam suas marcas e querendo ou não, um pedaço delas permanecem em nós. Há, entretanto, um grupo específico de pessoas que não saem de nossas vidas nunca, exceto quando morrem. Essas pessoas estão conosco desde o momento de nosso nascimento. Conhecem como funciona nosso corpo, qual nosso tipo sanguíneo, o que gostamos de comer, assistir e fazer, mas, às vezes, elas não sabem o que nós pensamos ou sentimos, afinal, elas não são da mesma época que nós. Quando adoecemos, elas sabem exatamente o que fazer e o que dizer pra nos confortar. Limpam nosso vômito durante a madrugada. Deitam ao nosso lado até a febre ir embora. Arrumam, cozinham, limpam, trabalham, costuram, lutam por nós. Amor incondicional. Talvez nós nem mereçamos tanto, mas eles fazem. Estão presentes em todos os momentos, brigando por nós. Nem todos esses grupos específicos de pessoas são iguais. Há grandes diferenças entre um e outro, mas o meu é do jeitinho que eu descrevi. Agradeço a Deus todos os dias da minha vida pelo maior presente que ele poderia me dar: minha família. Sem essa instituição sagrada, eu não seria nada. Não teria conhecimento nenhum, felicidade, educação, estrutura, amor, compreensão e milhares de outras coisas que só uma família pode dar a uma pessoa.
Às vezes esquecemos da importância da família e colocamos amigos, namorados, colegas, professores na frente dela. Mas, quando estamos no fundo do poço, só a nossa família está lá pra nos ajudar.

sábado, 19 de março de 2011

V

Vai. Anda. Vê. Observa. Aproxima. Conhece. Conversa. Gosta. Some. Chora. Volta. Constrói. Conhece mais. Desabafa. Desiste. Espera. Luta. Conquista. Apaixona. Ama. Confessa. Confia. Destrói. Morre. Espera mais. Nasce. Reconstrói. Briga. Chora mais. Esquece. Tranquiliza. Tenta. Retorna. Confia mais. Apaixona mais. Brinca. Magoa. Pensa. Continua. Ama mais.

Força.
Coragem.
Vergonha.