segunda-feira, 11 de março de 2013

Eras tu

Sonhei contigo noite passada, amor. Tu vinhas de muito longe dizendo que estavas à minha procura por uma razão. Eu balbuciei algumas palavras, mas elas não saíram de minha boca, pois meu corpo se encontrava extasiado com tua doçura.
O toque aveludado de tua voz, a maciez de tua pele, o aconchego que teu corpo proporcionaste ao meu quando me tomaste em teus braços com ternura e extremo cuidado me fizeram perder o chão e desencontrar sentido em qualquer emaranhado de palavras. Pela primeira vez senti como se eu fosse alguém. Eu possuía algum valor, por menor que ele fosse.
Tu juraste em nome de Deus que jamais me abandonarias. Vejo que cumpriste com tua jura, já que vieste de tão longe no exato momento em que me questionei se tu já não me tinhas esquecido.
Perguntei se tinhas voltado por medo de receber penitência por não cumprir com tua jura ou se voltaste por amor a mim, por saudades dos dias em que compartilhamos os mais bonitos sentimentos juntos.
Tu dizias repetida e incansavelmente que era por amor, pedias perdão por ter me deixado num momento tão frágil e ao mesmo tempo em que discursavas sobre teu amor por mim, me beijavas a boca como se fosse o último instante de nossas vidas.
Acordei sentindo ainda o teu toque e ouvi ainda a tua voz sussurrando em meus ouvidos doces palavras que se tornaram cada vez mais leves, até que sua leveza deu lugar a um sombrio silêncio, teu toque se converteu em arrepios de frio e recordei-me das duras palavras que saíram de teus lábios no último dia em que te vi. Nossa despedida foi amarga e desgraçado seja aquele que a provocou.
Foste embora, fechaste a nossa porta com a fúria de um deus, para nunca mais voltar. Mas ainda aguardo teu regresso todas as noites, sentada junto a porta que um dia atravessaste, sem olhar para trás.

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